sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Verônica Castro - Consultora Ambiental

                            Verônica Castro  Consultora Ambiental

     Verônica Castro é uma pessoa muito simpática e idealista, iniciou sua carreira profissional na SERLA  (Superintendência  Estadual de Rios e Lagoas ) e IEF  (Instituto Estadual de Florestas ) , órgãos que foram unidos à FEEMA (Fundação Estadual de Florestas) gerando o atual INEA (Instituto Estadual do Ambiente), atuando como Coordenadora de Educação Ambiental, depois foi trabalhar na EMOP ( Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio de Janeiro).

     Atualmente Verônica Castro possui sua própria Empresa de Consultoria Ambiental, que está sempre no limite da capacidade de trabalho. Verônica Castro especializou-se em GIRS – Gestão Integrada de Resíduos Sólidos , capacitando empresas públicas ou privadas na correta gestão dos resíduos.      
     Verônica disse-me que adora trabalhar com comunidades, atraindo apoio da iniciativa privada para seus projetos ambientais, com proposta de tornar o ambiente mais limpo e gerar renda aos moradores.
   Verônica Castro  é apaixonada pelo que faz, um exemplo de pessoa que enfrenta desafios, agregando seus ideais de vida ao trabalho quotidiano.

                        “   Pensar Hoje e Colher Amanhã “   
                                        Verônica Castro
                                                                            


    Quem quiser contratar ou conhecer melhor o trabalho da Verônica Castro :
         Telefone   :   (21)  8195 – 0663
         Blog   :    http://veronicascastro.tumblr.com 

Rio Muriaé Rompe BR 356

        Enchente do Rio Muriaé Rompe Estrada BR 356 em Campos dos Goytacazes

     Eu (Newton Almeida) ouvi a Band News FM,  94,9 Hz,  com o Ricardo Boechat, por volta das 10 horas de ontem e hoje, sobre a cheia do Rio Muriaé na altura  de Campos dos Goytacazes, Três Vendas,  causando danos materiais a cerca de 1.000 famílias. A Prefeitura conseguiu auxiliar os moradores a transportarem seus bens para abrigos, diminuindo os prejuízos. 
    O interessante desse fato é que o Rio Muriaé inundou a localidade de Três Vendas em 2008 , e em 2009 o DNIT realizou obras de recuperação da BR 356, após ter sido propositadamente aberta para que a água escoasse,  mas , ao que parece, a obra não foi bem executada, pois após menos de  três anos a BR 356 se desmanchou .
   Todos nós sabemos da capacidade técnica da engenharia brasileira, que tantas obras de porte realizou e com êxito. Mas, atualmente, as obras realizadas pelo poder público em geral,  se arrastam e além da lentidão para serem realizadas, ainda por cima, a sua qualidade é péssima.  Em apenas três anos , o Rio Muriaé, no mesmo ponto, desmantelou  a estrada . Será que não usaram os materiais adequados ? Ou será que a quantidade é que não estava correta ? Será que não souberam projetar a obra de modo a aguentar a força das águas ? Quanto será que custou a obra ? 


    Eu aproveitei para selecionar imagem de satélite do local, para compararmos com a foto da enchente. Na imagem do Google Earth, imagem de 30 de abril de 2011, observamos que o Rio Muriaé, pouco à montante do encontro com o Rio Paraíba do Sul, na localidade de Três Vendas, tem largura de mais de cinquenta metros, e a distância para a BR 356, em período de vazão normal, é de uns sessenta metros.




    Na foto de ontem, abaixo,  vemos que a largura do Rio Muriaé aumentou em pelo menos 10 vezes, e ultrapassou a BR 356, acabando por abrir um vão de uns vinte metros, e aterrorizar a população de Três Vendas .
diquerompido

     Estou ao inteiro dispor de qualquer comentário, informação e mesmo direito de resposta sobre a incapacidade técnica, ou falha do DNIT na execução dessa obra em 2009 .  


    Fonte da foto enchente Rio Muriaé : http://noticias.r7.com/rio-de-janeiro/noticias/agua-do-rio-muriae-comeca-a-invadir-bairro-de-campos-e-pode-alcancar-2-metros-20120105.html

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

SISTEMA DE ALERTA DE CHEIAS : Tragédias Climáticas

                               O INEA  AMPLIA  O  SISTEMA DE ALERTA DE CHEIAS    

    O final do ano é um período muito animado do ano, com o Natal valorizando os laços familiares e os sentimentos de confraternização, o aniversário de nascimento do líder maior Jesus . Em seguida, a virada do ano (com os espetaculares fogos de artifício, muito bonitos, porém irritantemente barulhentos) fazendo com que todos pensem nas suas atitudes e planejem melhorar para si próprios, para suas famílias, enfim, melhorar para o mundo.
   O preocupante, nesse período, são as catástrofes ambientais ou climáticas, que ainda no Brasil ocorrem de maneira menos trágica, em comparação com outros países, como por exemplo na região sul da Ásia, perto da Indonésia, quando em dezembro de  2004 um único  tsunami levou mais de trezentas mil vidas de uma só  vez . Mas, ano após ano, percebemos que o nosso Brasil de “ berço esplêndido” começa a se perturbar com as alterações na superfície da Terra, que nós humanos implantamos . A  natureza no Brasil não é a mesma tão aconchegante quanto a décadas passadas. No ano passado ocorreu a pior tragédia climática do Brasil, no nosso bonito estado do Rio de Janeiro, na sua região serrana, nos municípios de Petrópolis, Friburgo e Teresópolis, principalmente, com deslizamentos de encostas e enchentes deixando cerca de mil mortes em conseqüência de chuvas de intensidade  completamente fora do comum.
     Nesse verão de 2011 / 2012 o estado de Minas Gerais sofre pelas chuvas constantes e intensas, com cerca de dez mortes e umas 20 mil pessoas desalojadas. Em efeito cascata, os Rios Pomba e Muriaé, que correm de Minas Gerais para o estado do Rio de Janeiro causam prejuízos para a região norte e noroeste. Ficamos assistindo impotentes e sensibilizados com essas famílias que já começam o ano de maneira trágica.
    Na região sul do Brasil, em Santa Catarina, novamente, ventos tão fortes como o de ciclones destelharam casas e chegaram a virar caminhões, repetindo o que aconteceu no ano passado. E no Rio Grande do Sul, uma intensa chuva de granizo deixou prejuízos econômicos aos produtores rurais da Serra Gaúcha, destruindo as videiras. Lá, em conseqüência  do fenômeno climático  La Niña, os agricultores lutam contra uma estiagem que se prolonga desde novembro de 2011 .
   Essas tragédias ambientais continuarão acontecendo, principalmente pela grande densidade demográfica nas margens dos rios e encostas, situação mais acentuada na região sudeste do Brasil. São milhões de brasileiros que vivem em áreas de risco e a única solução definitiva é o reassentamento dessas famílias para lugares seguros. A curto prazo,  a acomodação dessas populações não acontecerá, pelo menos nos próximos quinze anos. Portanto, temos que desenvolver respostas preventivas que diminuam as mortes.
   No dia 03 de janeiro de 2012 o INEA ( Instituto Estadual do Ambiente ), órgão executor das políticas ambientais do Estado do Rio de Janeiro disponibilizou um ferramenta nova aperfeiçoando o Sistema de Alerta de Cheias : a divulgação dos dados em tempo real na internet . Os indicadores de quantidade de chuvas e nível dos rios, monitorados 24 horas por dia por estações telemétricas, podem ser acessados nas redes sociais, como o facebook  ( http://www.facebook.com/pages/Alerta-INEA/136494276459610 ) , o twitter ( @alertadecheias )  e no site  http://inea.infoper.net/inea/ .  O Sistema de Alerta de Cheias funciona  desde 2009, ou mesmo antes disso, e vem sendo ampliado, contando hoje em dia com 54 estações telemétricas de monitoramento.  
   O sistema informa quatro tipos de alertas :  1-  Vigilância (situação estável, sem chuvas ou chuvas fracas e esparsas e nível normal dos rios)  ;  2 -  Atenção  (previsão de ocorrência de chuvas moderadas a fortes ) ;  3- Alerta (registro de chuvas intensas e níveis dos rios acima do normal) ;  4- Alerta Máximo (chuva intensas e persistentes, com rios em 80% do nível de transbordamento) .  Os alertas também são disparados por  email’s  e mensagens de celular para os gestores das Defesas Civis,  lideranças e voluntários.  Eu (Newton Almeida) fiquei pesquisando o site do Sistema de Alerta de Cheias do INEA  e gostei muito, pois é simples e fornece informações dos níveis acumulados de chuvas, previsão para o dia seguinte, e o nível dos principais rios (que historicamente costumam encher) do Estado do Rio de Janeiro.  Minha única crítica é que o sistema não informa especificamente quais são os rios monitorados. Por exemplo, na Estação Tanguá, pelo mapeamento, o rio monitorado é o Caceribu, após o encontro com o Rio Bonito , na altura do bairro Bandeirantes I , mas o sistema  não  informa qual rio é monitorado.
      Esse sistema, Sistema de Alerta de Cheias do INEA,  é uma boa notícia nesse início de ano, e torcemos para que nossas autoridades continuem se esforçando para  que vidas sejam preservadas e para que os recursos dos impostos, provenientes do nosso  “suado trabalho” ,  sejam distribuídos por critérios justos e técnicos e não puramente político/eleitorais.  

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

ICMS Verde ou ICMS Ecológico do estado do Rio de Janeiro

                           ICMS  Verde no Estado do Rio de Janeiro 

     Foi no ano de 2007 que o estado do Rio de Janeiro iniciou a repartição do ICMS, Imposto Sobre Circulação de Mercadorias,  levando em conta critérios ambientais. Tradicionalmente, o ICMS era repartido de acordo com a população e o tamanho de cada cidade. Essa repartição seguia a Lei 2664 / 96 . Esse imposto, que  incide sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestação de serviços de transporte interestadual e de comunicação, é de competência dos 26 estados brasileiros e do Distrito Federal, está presente no nosso dia a dia, e até nos esquecemos de que pagamos imposto quando compramos alimentos de maneira geral .
    A Constituição Federal ordena que 25 % do total arrecadado pelo estado seja devolvido aos seus municípios, portanto, no caso do Estado do Rio de Janeiro, 25% do que os cidadãos pagam em ICMS é devolvido aos 92 municípios fluminenses. Dos 25% repassados aos municípios o estado pode decidir seus próprios critérios sobre 1/4 desse total. É dessa parte que sai o ICMS Verde.  
     A partir da Lei 5.100 / 2007, regulamentada pelo Decreto 41.844 / 2009,  foi que se iniciou a recompensar os municípios que se preocupam com o meio ambiente. Nesse primeiro ano de vigência, 2009, foram repassados 1%  do ICMS, alcançando recursos de  R$ 38 milhões,  tendo como base :   1-    45% para Unidades de Conservação  (levando em conta a Lei SNUC 9985 /2000)  ;   2-   30%  para Recursos Hídricos (quando um município possui manancial que abastece outro município, e sobre o percentual de esgoto tratado)  ;  3-    25%  para Gestão dos Resíduos Sólidos (se o lixo do município vai para um aterro sanitário com licença ambiental, e se o município realiza coleta seletiva do lixo, principalmente) . 
     No ano de 2010 o total referente ao ICMS Verde, repassado aos 92 municípios do estado do Rio de Janeiro, foi de R$ 83,6 milhões ,  somando 1,8%  ,  a partir daí, 2,5 % do total do ICMS repassados aos municípios se referem ao ICMS Ecológico, ou Verde, somando em 2011  R$  111,5 milhões,  e estima-se em R$ 172 milhões para o ano de  2012 . 
      Os objetivos do ICMS Ecológico são ressarcir os municípios pela restrição ao uso de seu território, pois possuem Unidades de Conservação, mananciais de abastecimento ou aterros sanitários que atendem a outros municípios, e recompensar os municípios pelos investimentos ambientais realizados, uma vez que as melhorias são  compartilhadas por toda a região, como no caso do tratamento do esgoto e na correta destinação de seus resíduos. 
      Os pré-requisitos para um município poder receber o ICMS Verde são : 

 A -  O município tem que possuir órgão específico para executar a política ambiental, em geral esse órgão é uma Secretaria Municipal de Meio Ambiente, mas pode ser também uma Coordenadoria de Meio Ambiente ;
B -  O município tem que ter um Conselho Municipal de Meio Ambiente ; 
C-   O município deve possuir um Fundo de Meio  Ambiente ; 
D -  O município precisa possuir uma Guarda Ambiental .  

      O cálculo do ICMS Verde segue a fórmula matemática abaixo : 

       IFCA (%)  =  10 x IrMA  +  20 x IrTE  +  20 x IrDL + 5 x IrRV  +  36 x IrAP  +  9 x IrAPM 

IFCA  é o índice final de conservação ambiental ; 
 IrMA é o sub-índice de mananciais de abastecimento  de água ; 
 IrTE é o sub-índice de tratamento de  esgoto ;
 IrDL é o sub-índice de destinação dos resíduos sólidos ;
 IrRV é subíndice de  remediação de vazadouro (um município que erradicou um lixão, ou investiu na sua remediação e ele se tornou um aterro controlado, ou melhor ainda, num aterro sanitário de lixo) ; 
IrAP é o sub-índice de todas as unidades de conservação ; 
IrAPM  é o sub-índice das áreas protegidas municipais .  
  
     O IFCA, ou índice  do ICMS Verde, é recalculado a cada ano, com base nas informações que os municípios fornecem à Secretaria Estadual do Ambiente, de acordo com as etapas : 
   Até 31 de março, os municípios enviam documentos (formulários padrão) e informações por ofício à SEA ; 
   Até 27 de maio, a SEA, o INEA (Instituto Estadual do  Ambiente) e Fundação CEPERJ ( antiga Fundação CIDE) avaliam as informações e dados, e os índices provisórios são publicados no Diário Oficial ; 
   Até o dia 15 de agosto, os municípios podem recorrer dos índices provisórios;
   Até 07 de outubro, a Fundação  CEPERJ publica o IFCA, índice final de conservação ambiental, no  Diário Oficial . 
    No mês de  novembro de 2011, o Decreto 43.284 / 2011 estabeleceu os  requisitos para a formação da Guarda Municipal Ambiental , em atendimento do Artigo 3º , inciso IV da lei 5.100 / 2007, sendo que a Guarda Ambiental pode ser formada por guardas municipais convencionais,  em número compatível com as necessidades de cada município e sob comando do órgão executor da política ambiental ; os guardas ambientais  devem ter recebido capacitação específica para o cargo. 
    Além disso, o Decreto 43.284 / 2011 alterou o  decreto 41.844 / 2009 (que regulamentou a Lei 5.100 / 2007),  detalhando que o fator de avaliação para o Tipo de Destinação Final de Lixo, podendo  ser : 

                                                                                              Fator de Avaliação 
   Vazadouro ou lixão                                                                       0

   Aterro  controlado com tratamento de percolado                       1

   Aterro  controlado  com tratamento  de percolado e
      captação e queima  de gases                                                   1,5

  Aterro sanitário licenciado                                                            3

  Coprocessamento ou incineração em usina 
    de geração de energia                                                                 5 

        Finalmente, o Decreto 43.284 /2011 define o cálculo do componente índice de destinação final de resíduos sólidos urbanos ( IDL)  :

               IDL  =   TD   +  FA  +  CS  +  Dom  +  Sol  +  Co 

  TD é o tipo de destinação final do lixo  .

  FA é o somatório de fatores adicionais de gestão de aterros sanitários  .

  CS é o  Fator de Eficiência em Coleta Seletiva,  de a 4  :  CS = 1 , quando o percentual de coleta seletiva é maior ou igual a 1% e menor que 3% ;  CS = 2 , quando o percentual de coleta seletiva  de lixo está entre 3% e 5% ;  CS = 3 , quando está entre 5% e 10% ; CS = 4, quando o percentual de coleta seletiva de lixo é maior ou igual a  10%  (o decreto não explica como o município deve calcular ou documentar o desempenho da coleta seletiva de lixo) .

   Dom  é a coleta seletiva domiciliar porta a porta cobrindo pelo  menos 50% dos domicílios (área urbana) e pontuando  ou zero ou 1 .  

   Sol  é o Programa de Coleta Seletiva Solidária Consolidado ( quando existe cooperativa que recebe os resíduos recicláveis das esferas de poder público, e /ou de condomínios, residências, empresas privadas, etc.) . 

    Co  é no caso de o município ser signatário de  algum consórcio Intermunicipal para a gestão dos resíduos sólidos, pontuando  ou zero ou 1 . 

     Portanto,   esse Decreto 43.284 / 2011, permite maior chance dos municípios pontuarem, ou aumentarem, seus índices finais de conservação ambiental, ou aumentarem os repasses do ICMS Verde,  com relação a gestão dos resíduos sólidos . 

     O estado do  Rio de Janeiro não inventou a modalidade do ICMS Verde, ou Ecológico, mas acompanhou outros estados pioneiros, e pode ir aumentando esses repasses sobre indicadores ambientais, o que motivará mais ainda os municípios a investirem no meio ambiente. As unidades de conservação municipais aumentaram significativamente, após a repartição do ICMS Verde, segundo o anúncio feito pelo Secretário de Estado do Ambiente, Carlos Minc, no dia da Mata Atlântica, 27 de maio de 2011, que em dois anos a extensão total das áreas protegidas passou de 101 mil hectares para 209 mil hectares, no Estado do Rio de Janeiro .