quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Água : Rio de Janeiro

                    INEA  Fecha Empresa que Falsificava Água  

"    Secretaria de Estado do Ambiente - SEA  , 25/10/2012 - 00:00h - Atualizado em 25/10/2012 - 18:47h 

 » Sandra Hoffmann
     Estabelecimento comercial vendia milhares de litros de água clorada, como se fosse potável, em caminhões com logotipo falso da Prefeitura do Rio

     A empresa Estrela Dourada Transporte e Serviços LTDA, em Curicica, Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio, foi interditada e seu proprietário, Felipe Coutinho Fernandes, preso em operação de fiscalização promovida hoje (25/10) pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea), órgão da Secretaria de Estado do Ambiente (SEA).
    Além de operar sem licença ambiental, a empresa explorava irregularmente água subterrânea, comercializando-a como se fosse potável em caminhões com logotipo falso da Prefeitura do Rio de janeiro. A empresa também foi multada – em valor a ser calculado que pode chegar a R$ 2 milhões.


     Coordenada pelo Inea, a ação teve apoio da Coordenadoria Integrada de Combate aos Crimes Ambientais (Cicca), da Secretaria de Estado do Ambiente, da Corregedoria do Inea e de policiais militares do 18º BPM (Jacarepaguá) e do 31º BPM (Recreio). O secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, e a presidente do Inea, Marilene Ramos, acompanharam a operação.
    Em um galpão com 2 mil metros quadrados, a empresa, que funcionava na Avenida Salvador Alende, nº 4.830, explorava cinco poços sem outorga, outra irregularidade ambiental. Desses poços, captava constantemente cerca de 400 mil litros de água, que eram armazenados em 19 reservatórios.
     Os técnicos constataram que em alguns desses poços a empresa fazia a cloração irregular da água, sem qualquer tipo de controle, para vendê-la como água potável. Além disso, para dar uma fachada de legalidade à exploração, usava caminhões com adesivo falso da Prefeitura do Rio para distribuir a água.
     Para o secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, a empresa praticava crime ambiental e também contra a saúde pública ao comercializar água para consumo humano sem qualquer tipo de controle de qualidade.

    “A empresa não tinha licença, capta água sem licença, mistura cloro sem controle e vende como água potável, e ainda com logotipo da prefeitura falsificado. O responsável está preso, os oito caminhões que faziam a distribuição foram embargados e os cinco poços, interditados. Isto é um festival de crimes ambientais. O Inea agiu prontamente com apoio da nossa Coordenadoria de Combate aos Crimes Ambientais”, disse Minc.


    Na vistoria, técnicos do Inea coletaram amostras de água para análise, e o resultado deverá ficar pronto na próxima segunda-feira (29/10). O proprietário da empresa, Felipe Coutinho Fernandes, foi preso em flagrante, sendo conduzido para a Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA), onde prestou esclarecimentos.          "


domingo, 4 de novembro de 2012

Reino : Protoctista : Protista : Biologia

                          " Introdução 
   O termo protoctista é aceito por muitos biólogos pelo fato de desvincular a idéia de organismos  unicelulares. Apesar desta ter sido, no início, uma característica básica do reino Protista, ele acabou incluindo grupos de seres pluricelulares, alguns de organização bem complexa. Não cabe aqui, no entanto, uma preocupação com discussões mais profundas sobre classificação. 
   Para facilitar o estudo desse reino, optamos por uma simplificação extrema, reunindo seus filos em protoctistas autótrofos unicelulares (algas simples), autótrofos pluricelulares (algas pluricelulares) e heterótrofos (protozoários). Estes últimos tiveram suas antigas classes elevadas à categoria de filos. Observe a tabela abaixo :

     Protoctistas autótrofos                       Filo crisófitas (diatomáceas)
     unicelulares (algas simples)               Filo pirrófitas (dinoflagelados)

    Protoctistas autótrofos        Filo clorófitas                
    pluricelulares                      Filo feófitas
   (algas pluricelulares)           Filo rodófitas
                                              Filo gamófitas
   
    Protoctistas heterótrofos          Filo rizópodes
    (protozoários)                          Filo actinópodes
                                                   Filo foraminíferos
                                                   Filo zooflagelados
                                                   Filo apicomplexos
                                                   Filo cilióforos

   Não é necessário memorizar detalhes de todos os grupos e filos desse reino, basta saber caracterizar os três grupos principais, conhecer sua importância e seus principais representantes. Didaticamente, podemos continuar falando em algas simples, algas pluricelulares e protozoários, que são termos usuais e abrangentes, sem nos preocuparmos com detalhes sobre cada um dos filos relacionados.

                   A Caracterização dos Protoctistas 
   Os protoctistas são eucariontes, uni ou pluricelulares. Suas células apresentam, portanto, um núcleo típico, com membrana, além de mitocôndrias e sistema golgiense. Os autótrofos têm plastos (cromatóforos), com vários pigmentos fotossintetizantes. As paredes celulares têm diferente composição, podendo ser de celulose, pectina ou sílica. Na maioria, a locomoção é feita  por flagelos e cílios (undulipódios), com estrutura de microtúbulos (9 + 2). 
   O tipo de reprodução mais comum é  a assexuada, por bipartição em diferentes planos do corpo celular. Há também a reprodução sexuada; neste caso, os gametas se movem por pseudópodes e flagelos. Nas algas pluricelulares há ciclos vitais complexos, com reproduções sexuada (por gametas) e assexuada (por esporos).
   Os protoctistas vivem nos mais variados meios aquáticos e terrestres, estes de preferência bem úmidos. Muitas espécies vivem em associações de mutualismo e parasitismo. 

                   Protoctistas Autótrofos Unicelulares
   São as algas simples, na maioria planctônicas, que merecem destaque pela importância nos ecossistemas aquáticos, nos quais constituem a base da teia alimentar. Através da fotossíntese, são responsáveis pela liberação de grandes quantidades de oxigênio na atmosfera. 
   O filo pirrófitas (pirro = fogo + fita = planta) tem espécies na grande maioria marinhas, planctônicas, de formas variadas. As células têm paredes rígidas, de  placas bem definidas, formadas especialmente por celulose; seus dois flagelos lhes dão um movimento de rotação, por isso, outro nome do grupo é dinoflagelados (dino = rotação). 
   Nos plastos há, além da clorofila, pigmentos vermelhos-vivos. É por isso que, em certas épocas do ano, quando há uma exagerada proliferação de certas especies planctônicas, as águas marinhas costeiras mostram o fenômeno das marés vermelhas. Nele, as algas liberam na água altas taxas de fortes toxinas, que podem provocar a morte de peixes, moluscos e outros animais marinhos. Acumulando-se no corpo desses animais, que compõem as cadeias alimentares, as toxinas podem chegar ao ser humano em altas concentrações, causando intoxicações às vezes mortais. 
   O filo crisófitas (criso = dourado + fita = planta), também chamado diatomáceas, é rico em espécies no plâncton marinho e nos sedimentos do fundo, em águas doces. É incrível a beleza de suas formas geométricas e a variedade de complexos desenhos, em relevo, existentes por forte impregnação de sílica, são compostas de duas metades bem encaixadas e recebem o nome de frústula. Nas espécies de forma circular, elas são exatamente como as duas metades das placas de Petri. Pelo espaço entre as metades pode ser expelida a água, o que promove a lenta locomoção da célula.
   As diatomáceas não tem flagelos e no citoplasma existem cromatóforos dourados e gotículas de óleo; estas, além de reserva energética, facilitam a flutuabilidade.
   Em algumas regiões, as frústulas depositadas no fundo dos mares durante milênios deram origem a um tipo especial de rocha sedimentar bem leve e porosa, microgranulada, o diatomito. Ele tem largo emprego como material abrasivo para polimento fino, creme dental, lixas especiais, filtros de piscinas e até como mistura para fabricação de explosivos. 

Acima - Fotomicrografia de diferentes espécies de diatomáceas. Elas medem, em média, 0,05 mm .    

                           Protoctistas Autótrofos Pluricelulares
   Pela tendência atual de desconsiderar o grupo dos protistas, que apenas incluía seres unicelulares, e substituí-lo por protoctistas, que também inclui seres pluricelulares, os biólogos colocam neste reino as algas mais complexas, classificadas em três filos: as clorófitas (verdes), as feófitas (pardas) e as rodófitas (vermelhas). No entanto, alguns biólogos ainda as classificam como vegetais. 
   As algas pluricelulares não representam uma categoria taxonômica, um grupo de classificação. São, isto sim, um termo genérico, mais amplo, que reúne organismos cujo corpo é o chamado talo, de formas variadas, desde simples filamentos a largas ou longas lâminas, ramificadas ou não, sem uma diferenciação em raízes, caules e folhas. Por isso, ainda podemos manter a denominação de talófitas para essas algas pluricelulares.
   As algas podem ser encontradas em barrancos úmidos e até fixas em cascas de árvores; neste caso, são comuns as espécies de cor laranja. No entanto, elas predominam no meio aquático, em água doce e nos mares. Existem espécies fixas sobre rochas submersas, ou livres, nos sedimentos do fundo, ou ainda flutuantes. Nestas últimas, os talos possuem muitas vesículas arredondadas, cheias de ar, caso das feófitas (algas pardas) e dos gêneros Fucus e Sargassum. O sargaço flutua livremente em mar aberto, em grandes massas, favorecendo a fixação, a proteção e a reprodução de um grande número de espécies de animais marinhos. Outras feófitas, dos gêneros Macrocystis e Laminaria, atingem metros de comprimento. Em Nereocystis, uma das maiores, os talos são lâminas que chegam a 100 metros de comprimento.
   Os talos das feófitas podem apresentar uma estrutura interna complexa, com longos tubos de paredes transversais perfuradas, para a passagem de soluções, que se assemelham aos vasos condutores das plantas. 
   Nos costões rochosos, na zona das marés, podem ser vistas extensas camadas de algas com talos de cores variadas. Uma das clorófitas (algas verdes) mais comuns é a Ulva, de talos largos, conhecida como alface-do-mar. Merecem ainda destaque as rodófitas (algas vermelhas), muitas das quais apresentam incrustações de calcário nas paredes celulares, o que lhes confere boa resistência ao embate das ondas.
   Os dois critérios básicos para a classificação das algas são o tipo de reprodução e os tipos de pigmentos presentes nos plastos. Todas as algas possuem pelo menos a clorofila a, mas a predominância dela, das xantofilas (amarelas) ou de outros pigmentos é que determina a cor dos talos nos três grupos.        


Acima -  Alface-do-mar (talos de 10 a 20 cm de comprimento; clorófita). 


Acima -   Sargaço (talos de 20 a 30 cm de comprimento;  feófita).


Acima -  Alga vermelha calcária (talos de 10 cm de comprimento; rodófita).      "

BIOLOGIA Newton Almeida
FONTE : Livro : Júnior, César da Silva ; Sasson, Sezar; BIOLOGIA 2 , CÉSAR e SEZAR ; Editora Saraiva, 8ª edição, São Paulo : 2005 .