A falta de educação está presente em muitas sociedades, cidades , em muitos países, não é exclusividade do Estado do Rio de Janeiro . Eu não me sinto bem em lugares sujos. Mas, já trabalhei tanto no meio da sujeira, vocês não fazem idéia. Já coletei lixo, junto com agentes de limpeza pública. Separei lixo em esteira de Usina de Reciclagem de Lixo. Separei materiais recicláveis do lixo comum, em quintais, ajudando no Projeto Limppu Trocou Ganhou. Catei lixo no Salto de Braçanã (uma cachoeira de Rio Bonito), sendo que coletamos também muitas oferendas de cultos afro - brasileiros ( para ser mais claro : " macumbas "). Já participei, pegando no pesado, de tantos mutirões de limpeza ....
Quem está em cargo de chefia deve participar da rotina dos funcionários liderados, para viver a experiência, se desnudar de preconceitos, conhecer melhor as rotinas de trabalho e para motivar a equipe .
Quando vejo um lugar cheio de lixo, fico triste. Todos perdem com a sujeira. Crianças ficam doentes, o bairro se desvaloriza, assustam-se os turistas. Mas, nada disso impede que se jogue lixo em barrancos, como nas fotos, ou nos rios, nas ruas.
Indo ao trabalho, passo quase todo o dia pelo Gradim, limite de São Gonçalo com Niterói, na BR 101 (distante uns 15 quilômetros do Morro do Bumba, onde morreram cerca de 40 pessoas soterradas em avalanche de lixo e lama, no início de abril desse ano). E vejo o lixo jogado nos barrancos. Aumentando o risco de deslizamentos nas encostas.
Informo que funcionários da Concessionária Auto Pista Fluminense, limpam essas encostas com rotina, fazendo um ótimo trabalho. Mas a velocidade com que se suja é maior. Basta ver as fotos. Bati essas fotos de dentro do carro que eu dirigia, em movimento (dia 14 de maio de 2.010) .
Nessas horas não sinto vergonha de ser brasileiro, mas sim de ser humano. Temos uma capacidade enorme de sujar, não é mesmo ?
Newton Almeida
