sábado, 21 de abril de 2012

Dragagem do Canal do Fundão : E a Manutenção da Limpeza Depois das Obras ?

            Dragagem do Canal do Fundão : E a Manutenção da Limpeza Depois das Obras ?

    Eu (Newton Almeida) passei pelo Canal do Fundão, dia 19  de abril  de  2012, e aproveitei para registrar as fotos abaixo :


     Eu retornava de uma gravação para o Canal  Saúde, do Programa de Televisão da Fundação Oswaldo  Cruz. Foi uma conversa com a apresentadora Marcela Morato sobre a preocupação com o possível aumento  da escassez de água no mundo. Outra hora eu vou colocar o link do vídeo. Então, na volta eu pude observar o Canal do Fundão com mais calma.

     O  trabalho está muito bom. A limpeza das águas, a ausência  de lixo  flutuante, melhorou muito. A aparência é outra, não senti mal cheiro, e a impressão é  de que a carga de poluentes por esgoto diminuiu. Os manguezais estão mais protegidos com as telas, e limpos, e também estão plantando mudas novas. 
    Muitos projetos semelhantes foram feitos, inclusive dentro do programa  de Despoluição da Baía de  Guanabara e após os recursos da obra acabarem, após a execução do projeto de revitalização, tudo volta a ficar sujo . O Governo do Estado e as prefeituras precisam manter rotinas de limpeza. A agência de bacia do Comitê da  Baía de Guanabara tem algum plano ? Existe alguma agência de bacia do Comitê de  Bacia Hidrográfica da Baía de Guanabara ? Ainda não ?  Mas a Lei FEDERAL dos recursos hídricos, a  9433, foi promulgada em 1997, e a Lei ESTADUAL  dos recursos hídricos, a 3239,  foi publicada em 1999. Até hoje o Comitê de bacia  da Baía de Guanabara ainda não tem agência de bacia ?  Pára o mundo que eu quero descer ! 
    Há uns três anos atrás a Rede Globo mostrou a quantidade  de  carcaças de barcos sucateados que estão fundeados na Baía  de Guanabara. Imediatamente a Secretária de Estado, a Marilene Ramos deu entrevista de que seriam retirados. Num esforço emergencial a CICA ( sob comando do competente Major Sanglard, à época) conseguiu tirar algumas carcaças de barcos de madeira e tinha um plano para  retirar as carcaças de metal, porém outro órgão público, responsável pela fiscalização do tráfego marítimo, teria burocratizado o tal plano, e tudo parou. As carcaças estão lá na Baía de Guanabara, colocando em risco o sistema de transporte das barcas Rio-Niterói, e petroleiros e cargueiros,  etc. 
    Para limpar qualquer ambiente é necessário fazer cálculos, do tamanho do local, quantas pessoas são necessárias, quais equipamentos serão utilizados, e por vezes  antes é contratada um empresa   de consultoria para elaborar estudos e projetos, e a partir  daí teremos a noção exata do custo anual para a manutenção do ambiente limpo. Estão calculando a manutenção do  tratamento do esgoto, através da  CEDAE, mas não da retirada do lixo flutuante que lá chega pelos inúmeros caminhos de rios e das águas da Baía de Guanabara. Apenas a  ecobarreira da Maré não impedirá que a sujeirada retorne para o Canal do Fundão.  A partir do projeto de manutenção da limpeza, que pode ser feito com simplicidade, com  barcos e homens, ou seja, a limpeza braçal, facilmente apareceriam grandes empresas interessadas em patrocinar, pelo retorno  da mídia.  Investir na limpeza significa economizar na saúde. Manter  o ambiente limpo significa investir em turismo, o nosso maior potencial de desenvolvimento / social  para o  futuro.  

        No site da SEA (Secretaria de Estado  do  Ambiente) o Programa de Revitalização do Canal do Fundão está  bem detalhado, abaixo eu colei um trecho :  

  " Em maio de 2009, a Secretaria de Estado do Ambiente (SEA) deu início a uma de suas mais importantes obras de recuperação ambiental do Estado do Rio de Janeiro: o Programa de Revitalização e Recuperação Ambiental do Canal do Fundão e do seu entorno. Os recursos para as obras, de R$ 320 milhões, são da Petrobras.
    O programa compreende a despoluição e revitalização do Canal do Fundão – localizado entre a Ilha do Fundão e o continente, ao longo da Linha Vermelha – e do seu entorno, incluindo a reurbanização de uma área da Cidade Universitária.   No processo de dragagem, serão no total retirados mais de 3 milhões de metros cúbicos de sedimentos ao longo de 7 km do Canal do Fundão, com o reforço dos pilares de sustentação de trecho da Linha Vermelha e das pontes Oswaldo Cruz e Brigadeiro Trompovski.
   Como uma das etapas de urbanização da Vila Residencial da UFRJ, foi construída a primeira ponte estaiada do Estado do Rio de Janeiro, inaugurada em fevereiro de 2012, recebeu o nome de Ponte do Saber. Esta nova passagem liga a Ilha do Fundão à Linha Vermelha, sentido Zona Sul, na altura do Canal do Cunha, desafogando o trânsito, principalmente o de saída da Cidade Universitária. A ponte faz parte do plano diretor da UFRJ.
    A Ponte do Saber, com vão livre de 180 metros, 96 metros de altura, na parte mais elevada, e 780 metros de extensão, recebe mais de 1.800 veículos no horário de pico na saída da Cidade Universitária. A SEA viabilizou o projeto em negociações com a Petrobras, que financiou os R$ 69 milhões da obra.
    Na reurbanização das áreas no entorno do Canal do Fundão foi utilizada uma moderna tecnologia em que o material de sedimentos contaminados dragados é encapsulado em estruturas de geotêxtil. A água proveniente do processo retorna limpa à Baía de Guanabara. Chamadas de geotubes, essas estruturas funcionam como base para estabilizar o solo e permitir o seu aterramento. O projeto inclui o plantio de mais de 500 mil mudas e plantas, revitalizando cerca de 400 mil m² das áreas degradadas dos canais. 
   Até agora, já foram dragados 83% do total de 3,6 milhões de metros cúbicos do Canal do Fundão. A dragagem segue orientação do estudo feito pelo professor Paulo César Rosnan, da Coppe/UFRJ, possibilitando o aprofundamento do canal.     "
   
    Estou ao inteiro dispor de comentários, críticas e respostas dos órgãos competentes : eu também participo do espetáculo circense, portanto de modo algum quero ver o circo pegar fogo . 
  Por fim, meus parabéns ao Governo do Estado e à Secretaria de  Estado do Ambiente pela revitalização do Canal do  Fundão  ! 
   

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Encerramento do Lixão de Gramacho : Tião Santos

CATADORES DO ATERRO DE GRAMACHO REÚNEM-SE COM SECRETÁRIO ESTADUAL DO AMBIENTE / RJ



     O dia marcado para o encerramento do " lixão de Gramacho " , pelo Secretário de Estado do Ambiente, Carlos Minc, está chegando, será em junho de 2012, portanto o governo do Estado do Rio de Janeiro, Prefeitura de Duque de Caxias e Ministério Público em conjunto com os catadores de materiais recicláveis, estão detalhando o apoio a esses trabalhadores e as obras de urbanização da comunidade Jardim Gramacho. 

   A lista com os nomes dos catadores que atuam no aterro controlado de Gramacho, e que receberão recursos destinados a sua inclusão social, será oficializada na próxima terça-feira (24/04), com a liberação dessa verba de apoio até 25 de maio. A decisão foi tomada hoje (17/04), na sede da Secretaria de Estado do Ambiente (SEA), na primeira reunião oficial do conselho gestor criado para administrar recursos de apoio aos catadores.

        Presidido por Tião Santos, o conselho gestor é formado por representantes dos catadores, do Governo do Estado, da Prefeitura de Duque de Caxias, do Ministério Público Estadual e do Governo Federal. Na reunião, também ficou acertada a formação de dois grupos de trabalho que irão acompanhar a elaboração da nominata dos catadores e todo processo necessário para a abertura da conta bancária para esses trabalhadores.
      Segundo o secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, que participou da reunião, o conselho também terá outras duas missões: acompanhar a criação do complexo de reciclagem de Gramacho e a urbanização sustentável de Jardim Gramacho. “A urbanização sustentável de Jardim Gramacho custará R$ 80 milhões, dos quais R$ 20 milhões estão previstos no contrato entre a Comlurb e a Nova Gramacho (empresa que capta gás metano em todo o lixão). O restante (R$ 60 milhões) será captado junto ao Governo Federal e outros órgãos. Já a instalação do complexo de reciclagem contará com R$ 4 milhões provenientes de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado com a Reduc, e R$ 1,5 milhão, do Fecam, para a instalação de três galpões que farão parte do complexo de reciclagem, explicou.            ...... 
Conselho gestor de apoio a catadores de Gramacho discute lista para recebimento ...
                (Fonte http://www.rj.gov.br/web/sea/exibeconteudo?article-id=864329) .     "

    A união desses brasileiros honestos deve-se muito ao Tião Santos, que sempre bateu na porta das autoridades, com educação e seriedade, buscando apoio com base nos direitos dos cidadãos brasileiros. Tião Santos sempre lutou por todos catadores e dessa forma, foi abrindo as portas, uma a uma,  até conseguir a tramitação do projeto de lei de regulamentação da profissão de catador de materiais recicláveis ( vetado pela Presidente Dilma em janeiro de 2012, veja em http://noticias.r7.com/economia/noticias/dilma-veta-regulamentacao-da-profissao-de-catador-de-material-reciclavel-20120111.html)  .
   Imaginem o significado de ver a atividade de catar resíduos recicláveis, tão estigmatizada, em vias de se tornar uma profissão, como qualquer outra. Mesmo que tenha sido vetado, esse projeto de lei  foi um marco,  inclusive sob aspecto da inclusão social no Brasil. O Brasil que foi um dos últimos países a libertar os escravos : um ano após assinatura da Lei Áurea, o grande brasileiro e ambientalista, Dom Pedro II, foi deposto por não ter indenizado os  proprietários de escravos pelo prejuízo de perderem a sua mão-de-obra cativa. 
    A tramitação da regulamentação  da profissão de catador de materiais recicláveis foi um início  de libertação desses brasileiros, que  vivem debaixo de sol e chuva, garimpando seu sustento sob as piores condições de trabalho que se possa imaginar. 
   É hora de pensar grande ! É hora de mudança ! Os catadores de materiais recicláveis do Jardim Gramacho tem que olhar para a frente e com certeza, se tornarão um símbolo para todos brasileiros que lutam por dias melhores !  Chega de lixão ! Chega de catador de lixo !  Aterro sanitário, com coleta seletiva porta a porta, realizada por cooperativas de catadores de materiais recicláveis !  

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Parque Estadual do Desengano : Recebe Melhorias

       Fotografia de Lourenço Eduardo

     A  Vice-Presidente do INEA,  Denise Rambaldi, juntamente com o Diretor de Biodiversidade e Áreas Protegidas , André Ilha (os dois à esquerda, na foto acima, fonte : http://www.inea.rj.gov.br/noticias/noticia_dinamica1.asp?id_noticia=1729 ) , inauguraram obras de  revitalização do Parque Estadual do Desengano, com sede em Santa Maria Madalena. 
      Os recursos investidos somaram 2,5 milhões de reais.  No evento, realizado na sexta-feira, dia 13 de abril de 2012, foram entregues a reforma e ampliação da sede do Parque Estadual do Desengano, melhorias na Trilha da Cascata (com sinalização, guarita e pórtico) e construção da sede do UPAM , Unidade de Policiamento Ambiental que vai patrulhar a imensa área do parque e agir no combate aos incêndios florestais.  
     Tanto a Denise Rambaldi como o André Ilha são dois gestores ambientais  renomados do Estado do Rio de Janeiro. A Denise Rambaldi coordenou os trabalhos de proteção dos Micos Leões Dourados na Reserva Biológica de Poço das Antas, e o André Ilha por onde passa deixa sempre sua competente marca. Além desses dois, temos outros que merecem reconhecimento : Antônio da Hora, Marilene Ramos, Luiz Firmino e o Carlos Minc. 
   

   O Parque Estadual do Desengano abrange área de 22.400 hectares (224 quilômetros quadrados) e constitui o último remanescente contínuo de Mata Atlântica em ampla região, que
abrange terras dos municípios de Santa Maria Madalena (na região serrana), Campos e São Fidélis (no norte fluminense).

    O relevo do Parque se caracteriza por cristas de topos aguçados, pães de açúcar, morros, pontões, escarpas com até 75 graus de inclinação e patamares escalonados. Na paisagem sobressaem o Pico do Desengano, com altitude de 1.761 metros, o Pico São Mateus, com 1.576 metros, e a Pedra Agulha, com 1.080 metros.

    A importância hídrica do Parque é inestimável. Numerosos cursos d’água têm nascentes no seu interior, sendo alguns responsáveis pelo abastecimento de núcleos povoados nos municípios de Santa Maria Madalena, São Fidélis e Campos. ...  "