Hoje na BAND (24 de junho de 2012) : CANAL LIVRE : BALANÇO da Rio + 20 : Entrevista Luiz Carlos Molion
A Rio+20 deixou a maioria das pessoas pessimistas com relação a mudanças no atual modelo desenvolvimentista destruidor do meio ambiente. A todo momento lemos sobre a falta de vontade dos países ricos em lutar pelo Desenvolvimento Sustentável.
Hoje a Band, rede de televisão, irá fazer um balanço da Rio+20, entrevistando novamente o climatologista Luiz Carlos Molion. O programa vai ao ar após o Pânico, após às 22:30.
Abaixo um trecho :
No Brasil, um dos principais defensores da teoria de que o planeta estaria esfriando é Luiz Carlos Molion, físico com pós-doutorado na Inglaterra e experiência de 25 anos à frente do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
A tese é fundamentada no princípio de que a Terra tem um ciclo natural de aquecimento e resfriamento que dura em média 60 anos.
Os oceanos são os responsáveis por regular a temperatura do planeta e, de acordo com pesquisas internacionais, estão perdendo calor.
Segundo Molion, reduzir as emissões de gás carbônico (CO²) não teria efeito nenhum sobre as mudanças climáticas, já que “os fluxos naturais de carbono entre oceano, vegetação, solos, e atmosfera somam 200 bilhões de toneladas por ano”. O homem seria responsável por apenas seis bilhões de toneladas . ..........
O Luiz Carlos Molion defende o óbvio: a distribuição da riqueza. O problema maior do mundo é a desigualdade social. Eu (Newton Almeida) venho substituindo o termo distribuição da riqueza por transferência da tecnologia. Fica bem menos assustador ou revolucionário se falar em difundir, compartilhar, transferir a tecnologia dos mais ricos para os mais pobres, o que possibilita a transferência da renda a médio e longo prazo.
Se você dá dinheiro para os países mais pobres, pura e simplesmente, esse dinheiro se perde no ambiente de corrupção e continua a desigualdade social internamente, naquele país.
O que tem que ser feito é a transferência de tecnologias para a produção de alimentos, instalação de infra-estrutura energética e de saneamento básico, saúde e educação, que pode ser feita com auxílio de ONGs, coordenada pela ONU.
A razão para vida tem que ser a justiça social. A razão para a vida tem que ser a construção de um mundo em que todos desfrutem dos benefícios tecnológicos, em harmonia com a natureza. Difundindo e compartilhando a tecnologia estaremos alcançando uma outra etapa do capitalismo: o capitalismo cooperativo, onde o desafio é conduzir vida plena a todos, com desenvolvimento sustentável e justiça social.
Sobre as questões ambientais não há o que questionar. O desenvolvimento tem que pesar o custo/benefício das alterações ambientais. Existem inúmeros exemplos de grandes obras erguidas para o desenvolvimento imediato que trouxeram prejuízo econômico a longo prazo, em consequência da degradação ambiental.
Um trágico e conhecido exemplo: A degradação do Mar de Aral - a super-exploração dos rios Amu Daria e Syr Daria para a irrigação de plantações de algodão, na ex-União Soviética, realizada por Josef Stálin (por volta de 1930), deixou um rastro de degradação e prejuízos socioeconômicos a milhões de pessoas. Veja foto abaixo Mar de Aral tornou-se um deserto de sal e poluentes :