Tecnologia Verde : Marmoraria MARB : Rio Bonito : Estado do Rio de Janeiro
Estimativas do Serviço de Apoio à Micro e Pequenas Empresas do Estado do Rio de Janeiro (Sebrae-RJ) dão conta da existência de cerca de 1.200 marmorarias em todo o estado. Essa indústria é responsável direta por milhares de empregos gerados nos ramos de rochas ornamentais, construção civil e decoração, entre outros.
Porém, do ponto de vista do meio ambiente, ela esbarra numa dificuldade que ameaça a saúde das populações humanas e de animais que moram em seu entorno: a destinação dos resíduos produzidos. Sem destino adequado, a maioria desses rejeitos é jogada diretamente nos rios, formando uma espécie de lama poluente que ameaça a potabilidade da água e a vida de animais e populações que dependem desses mananciais. Calcula-se que, em todo o estado, sejam liberadas 60 mil toneladas desses resíduos por ano.
Em busca de uma solução para o problema, um projeto desenvolvido pela marmoraria MARB instalada numa área de cerca de 10 mil metros quadrados no condomínio industrial do município de Rio Bonito, leste fluminense, vem buscando sua transformação em produtos de valor comercial. O projeto conta com auxílio do edital Apoio à Inovação Tecnológica no Estado do Rio de Janeiro, da FAPERJ.
Coordenado por Geison Carvalho Demier, diretor-presidente da Marmoraria Rio Bonito (Marb), o projeto vem sendo desenvolvido há pouco mais de dois anos. “Com o apoio da FAPERJ, fizemos obras no terreno, que conta com um galpão principal, onde está instalado o maquinário: um britador de mandíbula e uma prensa para cortes de resíduos de granito em figuras geométricas, além de um tanque de decantação para retirar a goma gerada pelos rejeitos, que seria jogada nos rios sem tratamento algum”, afirma.
O processo de reaproveitamento gera um cascalho, que é transformado em brita; pó e pedriscos viram blocos e bloquetes de cimento; e o caco, que é separado na prensa para cortes geométricos, se transforma em mosaicos e faixas decorativas.
No momento, o projeto contempla apenas os resíduos da Marb, que gera cerca de 240 toneladas por ano. Porém, com mais de trinta anos de trabalho e conhecimento do setor, Geison Demier espera rapidamente contatar empresas próximas que não sabem o que fazer com seus rejeitos.
“Estamos criando uma espécie de ecoponto para tentar atender as empresas que se situem num raio de até 50 quilômetros de distância”, explica. Ele espera com isso, incentivar a criação de um Arranjo Produtivo Local (APL – aglomerações de empresas com a mesma especialização produtiva e que se localizam em um mesmo espaço geográfico) na região. “Num futuro próximo, esperamos criar cinco unidades neste modelo para, então, expandirmos a atividade para o máximo de regiões em todo o estado”, conclui Geison Demier.
Fonte da matéria e fotos : http://www.faperj.br/boletim_interna.phtml?obj_id=6997 (© FAPERJ – Todas as matérias poderão ser reproduzidas, desde que citada a fonte).
Newton Almeida
Newton Almeida
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