sexta-feira, 16 de março de 2012

Encerramento do Aterro de Gramacho: Lixão de Gramacho

     Secretaria de Estado do Ambiente do Rio de Janeiro :  14  milhões de reais para os catadores 

    Em março de 2011, o Secretário do Ambiente do Estado do Rio de Janeiro, Carlos Minc, divulgava o plano para o encerramento do Aterro Controlado de Lixo de Gramacho, que previa abertura de novos aterros sanitários e o amparo aos catadores de recicláveis que têm sua sobrevivência no Lixão de Gramacho. A decisão de encerramento do Lixão de Gramacho é porque atingiu sua capacidade máxima de recebimento de lixo, já a algum tempo,  e possui rachaduras e vazamentos de chorume. 
      Em funcionamento há mais de 30 anos, localizado no município de Duque de Caxias, às margens da  Baía de Guanabara e pertinho do aeroporto Internacional Antônio Carlos  Jobim,  tendo passado mais da metade desse tempo em condições classificadas como LIXÃO À CÉU ABERTO, o Aterro Metropolitano de Gramacho recebe mais de 8.000 toneladas de resíduos por dia. 
    O número de catadores, nessa época de março de 2011 era estimado em 2.500, depois falou-se  em 3.000,  mas nesse último pronunciamento do Minc, leia abaixo, o número citado é de 1.500. 
    No dia 09 de março de  2012, Minc reuniu-se com uma equipe da Secretaria da Presidência  da  República e anunciou que o Fundo de Apoio aos Catadores de Gramacho  receberá  R$ 14 milhões de reais da Caixa Econômica Federal. Além disso a intenção é  assinar um pacto político, para reforçar o apoio  aos catadores, a ser assinado pelo Ministro - Chefe da  Secretaria Geral  da Presidência da República,  Gilberto Carvalho, o Governador Sérgio Cabral, e prefeitos da região metropolitana da cidade do Rio de Janeiro, no dia 15 de maio. 
     Os catadores irão receber bolsa-auxílio, da empresa Novo Gramacho que venceu uma licitação para a exploração do gás metano, capacitação profissional e também galpões para o processamento dos  resíduos recicláveis. 
     Eu (Newton Almeida) penso que o  Estado do  Rio de  Janeiro deveria apoiar efetivamente a coleta seletiva dos resíduos e também as usinas de incineração com geração de energia elétrica. Uma maneira simples, seria comprar os  recicláveis, provenientes da triagem porta a porta, ( não os recicláveis que foram catados em lixões ) garantindo um preço mínimo pouco acima do  mercado, sendo esse ágio subsidiado pelo governo, e além disso, comprar ítens das fábricas recicladoras do Estado do Rio de Janeiro. As escolas estaduais comprariam vassouras feitas a partir das fibras das garrafas PET, cadernos feitos de papel reciclado, os uniformes escolares seriam da fibra do PET, também. O estado compraria bloquetes de concreto  para pavimentação, urbanização, que utilizassem em sua composição  resíduos provenientes do lixo ( mediante convênios com instituições científicas, COPPE, IPT, etc.). Juntamente com a FIRJAN, SEBRAE, e universidades, em cada cidade seria implantada uma fábrica recicladora, integrante de uma  cadeia produtiva da reciclagem. Os materiais que não podem ser reciclados seriam incinerados em usinas que geram energia elétrica (conheça a Usina Verde http://limpezariomeriti.blogspot.com/2009/11/usina-verde-tratamento-de-lixo.html) , dispensando as "bombas relógio" , também chamadas de aterros de lixo. O aterro sanitário é barato se pensarmos a curto prazo, pois a longo prazo é bastante caro.  
    Sobre os catadores : tem-se que proibir a catação em lixões. Os catadores tem que ser organizados em grupos, e melhor ainda em cooperativas, para recolherem os materias porta a porta. Após isso, o estado compraria os recicláveis, ou simplesmente pagaria pelos serviços de limpeza proporcionados pelas cooperativas. O  desfio é que  a gestão não fique desqualificada pela contaminação política / eleitoreira..  Para todo e qualquer tipo de solução  que planejemos e que seja colocada em prática, quando a gestão é do serviço público, o critério político é o principal fator  que determina o fracasso. 
    O fato é que estamos avançando, e a preocupação com os catadores de recicláveis é um indicador de humanidade nas políticas públicas, e o Tião Santos tem grande parte do mérito pela organização dessa classe de importantes e honestos brasileiros !  Meus parabéns pelos avanços ! 

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