MEIO AMBIENTE
O Meio Ambiente
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A ciência natural aparece nos séculos XVI, XVII e, pela concepção positivista existente, a natureza sobrevivia por si mesma e totalmente desvinculada das atividades humanas. Era preciso que ela fosse apropriada pela indústria (Casseti, 1991). Marx (1970) lança a idéia do materialismo histórico, fazendo uma crítica à economia política clássica, onde apresenta uma alternativa unificada entre a ciência natural e social. Para o autor (in Casseti, 1991) " é através da transformação da primeira natureza em segunda natureza que o homem produz os recursos indispensáveis à sua existência, momento em que se naturaliza (a naturalização da sociedade) incorporando em seu dia a dia os recursos da natureza, ao mesmo tempo em que socializa a natureza (modificação das condições originais ou primitivas) " .
Ainda, para Marx (1970) a natureza por si só é anterior à história humana. Tem início no pré-cambriano e nesse tempo histórico todas as alterações no ambiente foram consequências de causas naturais. No decorrer da história, com o aparecimento do homem no pleistoceno, com a evolução das forças produtivas, a natureza vai sendo apropriada e transformada. Assim, a história da natureza tem uma sequência onde, a partir de um determinado momento do pleistoceno, o homem é inserido nela, não havendo, para o autor, a concepção dualista da natureza.
Considera-se, então, como ambiente o espaço onde se desenvolve a vida vegetal e animal (inclusive o homem). O processo histórico de ocupação desse espaço, bem como suas transformações, em uma determinada época e sociedade, fazem com que esse meio ambiente tenha um caráter dinâmico. Dessa forma, o ambiente é alterado pelas atividades humanas e o grau de alteração de um espaço, em relação a outro, é avaliado pelos seus diferentes estágios de desenvolvimento da tecnologia.
A mundialização da questão ambiental teve início com a 1ª Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente realizada em junho de 1972, em Estocolmo, movida pela degradação ambiental em todo o mundo (países desenvolvidos e periféricos) que se refletia em uma poluição industrial, exploração de recursos naturais, deterioração das condições ambientais e problemas sanitários, déficit de nutrição e aumento da mortalidade. Problemas como efeito estufa e aquecimento global, chuva ácida e aparecimento de buracos na camada de ozônio são efeitos do processo de industrialização e da vida urbano-industrial. O desmatamento e as diversas formas de poluição ambiental têm acelerado a destruição da diversidade biológica, sendo que 70% do que restou de toda a variedade de espécies de vida existentes no mundo concentram-se em apenas 12 países (Austrália, Brasil, China, Colômbia, Equador, Índia, Indonésia, Madagascar, Malásia, México, Peru e Zaire - atual República Democrática do Congo).
O Brasil é o 4º país contribuidor para o efeito estufa, seguido dos EUA, da Comunidade dos Estados Independentes (antiga URSS sem a Rússia) e China. Enquanto os três primeiros emitem elevados valores de CO² devido ao consumo de energia, o Brasil é o maior emissor de CO² proveniente da queimada de florestas.
Os problemas ambientais mencionados são de caráter mundial, afetam todos os espaços da Terra e têm gerado uma crise ecológica onde as atividades humanas têm grande responsabilidade nesse processo. Não há dúvida de que o modo de vida da maioria das sociedades modernas, que estabelecem como meta o aumento da produção e do ritmo da produtividade, representa a causa fundamental. Essas questões mundiais só serão resolvidas com medidas efetivas tomadas em conjunto, entretanto, acordos entre países como os da 2ª Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (ECO - 92), realizada no Rio de Janeiro, nem sempre são eficazes, devido aos inúmeros interesses econômicos e políticos em jogo.
É reconhecido que o crescimento e desenvolvimento econômicos alteram os sistemas naturais, embora não se possa pôr em risco os sistemas naturais mais importantes como a atmosfera, água, solos e seres vivos. Um desafio atual, para as sociedades, constitui colocar em prática a noção surgida no final da década de 80 sobre desenvolvimento sustentável.
A Geomorfologia Ambiental tem como tema integrar as questões sociais às análises da natureza. Deve incorporar em suas observações e análises as relações político-econômicas, importantes na determinação dos resultados dos processos e mudanças. Ainda, com as questões ambientais, a Geomorfologia valorizou, também, o enfoque ecológico, criando novas linhas de trabalho com caráter interdisciplinar. "
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