FICUS : Árvores : Rio de Janeiro : Rio Bonito : Assassinas
A Retirada de Árvores Deve Acontecer Após Esgotadas Quaisquer Possibilidades da Sua Existência
A Cidade do Rio de Janeiro tem uma arborização significativa que embeleza e permite maior conforto aos habitantes. Eu costumo passar pela Rua Marechal Aguinaldo Caiado de Castro, com certa frequência, e acho muito bonitos os Ficus que fazem uma espécie de um arco sobre essa rua tornando-a muito agradável para mim. Ver as árvores fixadas na parede de pedras, encontrando um espaço inimaginável para viverem mostra a força na natureza, que se adapta e persiste na luta pela vida .
Os Ficus são árvores muito utilizadas em paisagismo, e é fácil vê-las em trabalhos topiários .
Os paisagistas alertam contra o seu plantio em áreas urbanas, pois suas raízes são muito fortes e expansivas e provocam danos estruturais em tubulações subterrâneas ou em muros e calçadas.
Eu ficava chateado de ser muito solicitado para o corte de árvores e pouco solicitado para o plantio, quando fui Secretário Municipal de Meio Ambiente, em Rio Bonito (de 2.000 a 2.004, na época da Prefeita Solange Almeida). Eu era muito implacável na defesa das árvores. Me orgulho de passar pela cidade e reconhecer muitas árvores que estão vivas pela meu compromisso.
Tudo era motivo para o corte raso das árvores, desde uma festa que necessitava da armação de um palanque público, mas o espaço escolhido estava ocupado por árvores . E lá iam atrás de mim para respaldar o corte raso, e lá ia eu convencê-los a esquecer a idéia . Em determinada época as árvores Sombreiros eram lar para centenas de lagartas que rastejavam pelo chão , e os moradores queriam cortar as árvores. Muito comum era a insistência em cortar árvores para construir muros, para evitar que seus galhos tocassem a rede elétrica, para não haver risco de caírem em cima das pessoas, e o caso mais inusitado : cortar a árvore para que não viesse a " assassinar motoristas " .
Esse episódio, de cortarem árvores porque eram potencialmente "assassinas" , teve início aqui perto do Rio do Ouro, um motorista perdeu o controle do carro, na BR 101, entrando na Bela Vista, e bateu numa árvore, e infelizmente veio a falecer . Não demorou muito a associarem as árvores à possibilidade de mortes na BR 101. E foi assim que um chefe do DNER ( hoje é o DNIT ) contratou o corte de todas as árvores às margens da BR 101 de Itaboraí, Tanguá, Rio Bonito a Silva Jardim. Eu recebi uma ligação denunciando o corte raso e fomos ao local e apreendemos a moto-serra . Depois o Conselho de Meio Ambiente de Rio Bonito convocou um representante do DNER para se explicar sobre os cortes rasos sem autorização. Eles alegaram que a faixa era de domínio deles, mas o fato é que existe uma lei federal que obriga o plantio e manutenção de árvores nas margens de rodovias para a melhoria da qualidade do ar. Eles chegaram a cortar umas dez árvores em Rio Bonito, até que conseguíssemos fazê-los parar.
A Prefeita Solange Almeida me deixava à vontade para eu manter um regime muito criterioso e técnico para a autorização de corte raso (na zona urbana municipal) .
Penso que uma árvore é um ser vivo, que merece viver e temos que esgotar todas as possibilidades para mantê-las vivas.
Deixamos a gestão com um saldo de umas 25 mil árvores plantadas, tendo sido produzidas cerca de 50 mil (em hortos simples na Serra do Sambê, às margens do Rio Caceribu, utilizando mão-de-obra de ex-carvoeiros, com apoio da WWF e Consórcio Intermunicipal Lagos São João , do Luiz Firmino, sob coordenação técnica da Engenheira Florestal Deise Alcântara, veja a foto abaixo) .
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