sábado, 19 de outubro de 2013

Usina de Reciclagem de Lixo de Rio Bonito - Período 2000 a 2004 - Capítulo 1

     As próximas postagens referem-se ao desafio de transformar um lixão a céu aberto num Aterro Sanitário, lixão esse que vinha recebendo cerca de 900 toneladas de lixo por mês, durante seis anos, totalizando 64.800 toneladas lançadas sem qualquer medida preventiva aos danos ambientais, num terreno de área total de cerca de 28.067,63 m², ou seja, uma área pouco menor que a de três campos de futebol oficial (30.000 m²) .
    A Prefeitura Municipal de Rio Bonito, época em que a Prefeita era Solange Almeida (1997 a 2004), do Estado do Rio de Janeiro, fronteiriça aos municípios de Tanguá, Cachoeiras de Macacu, Saquarema, Araruama e Silva Jardim, alcançou êxito, após um ano e quatro meses de obras contínuas que possibilitaram a implantação de um Aterro Sanitário e a construção de uma Usina de Reciclagem de Lixo, no antigo lixão de Mato Frio.
  
     Além dos benefícios ambientais alcançados, a partir do início do ano de 2.002, a Prefeitura, representada pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente, resgatou a cidadania de 30 catadores de lixo que foram contratados para trabalhar na Usina de Reciclagem ( a partir de 12 de maio de 2.003 ).
   A Usina de Reciclagem e o Aterro Sanitário, de Rio Bonito, tornaram-se exemplos de políticas públicas ambientais que agregaram o resgate social, transformando uma área degrada em fonte de empregos formais. Outro destaque é o fato de que a construção da Usina de Reciclagem e a implantação do Aterro Sanitário uniram as três esferas do poder público, ou seja, federal, estadual e municipal, já que os recursos das obras vieram de convênios firmados, entre a Prefeitura, com o IBAMA ( Programa de Revitalização da Baía de Guanabara) e com a Secretaria Estadual de Meio Ambiente ( Programa Pró-Lixo ).
   Os problemas relacionados ao acúmulo de lixo vêm aumentando, à medida que os avanços tecnológicos são incorporados à sociedade cada mais consumista, e principalmente à medida que a urbanização vai crescendo, transformando a maneira de vida dos cidadãos, na qual o comportamento consumista está associado com a própria realização, auto-estima e felicidade pessoal.
     No Brasil, em apenas poucas décadas, a partir de 1940, passou-se de uma população urbana de 40%, do total de habitantes, para 80% na atualidade, e com isso, proliferaram os famosos lixões a céu aberto. Não bastassem os problemas ambientais inerentes aos lixões, somou-se uma chaga social, que retrata a perversa face da globalização: a chaga dos catadores dos lixões. Quem visitou um lixão, ou assistiu imagens em vídeo, ou mesmo fotos, fica chocado ao ver que seres humanas chegarem ao ponto de disputar o lixo com porcos e urubus, parecendo mais imagens fictícias de um filme de terror. Mas, infelizmente essa é a realidade em cerca de 80% dos municípios do nosso país.
    Portanto, quando avanços tecnológicos são incorporados às rotinas dos indivíduos, à medida que o capitalismo amplia os hábitos do consumismo exagerado, ou mesmo compulsivo, à medida que a população cresce, o descarte de lixo aumenta cada vez mais. Isto vem trazendo preocupação aos gestores públicos dos municípios devido às dificuldades inerentes à operação de destino final do lixo. Já a sociedade como um todo sofre diretamente com a incapacidade do poder público de solucionar tal problema, e o pior é que o problema vem tomando proporções alarmantes.
  
   Dentro da hierarquia pública, reportando à legislação vigente, são os municípios os responsáveis pelo destino final do lixo, e , portanto, são eles que tem que solucionar os problemas ambientais, e de saúde pública, ocasionados pelo acúmulo de lixo da forma “ lixão a céu aberto “, que seria a pior situação possível. Além disso, convém lembrar que os municípios, em geral, enfrentam a realidade de possuírem poucos recursos para investimento, corpo técnico reduzido, e enfrentam também o fato de ser a problemática do lixo relativamente recente, principalmente para os municípios menores, de tradição rural.
   Por todas essas razões, o Secretário Municipal de Meio Ambiente de Rio Bonito, no período dos anos de 2.000 a 2004, Newton Almeida, tinha um desafio de transformar o “ lixão de Mato Frio “ num aterro sanitário de lixo, e construir uma Usina de Reciclagem que absorvesse a mão de obra dos catadores de lixo do mesmo lixão, resgatando a qualidade ambiental e a dignidade humana.          Abaixo :  cerca de dez  leilões públicos foram realizados para a venda dos recicláveis :



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