APAC : Economia Solidária : São João de Meriti : Ítalo Albuquerque
* Postagem do dia 01 de maio de 2010, transferida de outro blog do Newton Almeida *
O capitalismo tem como fundamento a livre-iniciativa dos empreendedores, a liberdade de criação de novas tecnologias e a proteção das inovações a partir das patentes de invenção. O seu motor é a busca de rendimento econômico, e o conforto material será o prêmio final daqueles que forem mais trabalhadores, ou criativos, ou com talentos ímpares.
A maior injustiça do capitalismo é a forte concentração de renda, e no Brasil a riqueza material, que pode ser encarada como apropriação de recursos naturais, nas mãos de poucos é impressionante. Ano passado o congresso nacional arquivou um projeto de lei de taxação de grandes fortunas. O nosso Presidente Lula poderia ter conduzido algum esforço para a aprovação de um mecanismo legal que carreasse uma parte da riqueza concentrada a um fundo de combate à pobreza. A Economia Solidária busca dar alento aos cidadãos frente à competição pela sobrevivência. O arranjo associativo, a cooperativa, a auto-gestão de uma empresa falida pelos seus funcionários, são exemplos de Economia Solidária. Na Economia Solidária todos usufruem do rendimento do trabalho com maior igualdade. Todos são donos dos meios de produção e do desenvolvimento intelectual/tecnológico.
No dia 30 de abril, um dia antes do dia 01 de maio, Dia do Trabalho, eu conheci um excelente exemplo de empreendimento de Economia Solidária : APAC (Associação dos Produtores Autônomos do Campo e da Cidade) .
Fotos mostram : Ítalo Albuquerque, um dos fundadores da APAC, convesa com Zélia Ferraz (Comitê de Economia Solidária do município de Mesquita). Ítalo mostra à Zélia as tecnologias inventadas para extrair o fio de plástico das garrafas PET. Esse fio é usado para a a fabricação de vassouras, na sede da APAC.
Tudo começou a partir da CADTS (Centro de Aprendizagem e Desenvolvimento Técnico Social), uma escola técnica que funcionava “no quintal” da famosa Igreja do Padre Paulo, no bairro de São Matheus, São João de Meriti. Paulo foi um padre francês que ficou conhecido por aproximar, em plena ditadura civil/militar, sua Igreja aos movimentos sociais e políticos que aconteciam naquela época. A CADTS foi criada por operários que desejavam uma formação profissional mais completa, dessa forma, cada um ia apresentando e dividindo o conhecimento de sua área com os demais colegas.
Toda essa história começou há mais ou menos 23 anos, e persisti até hoje, no desejo de aproximar os trabalhadores do campo e da cidade.
" O diferencial é que aqui a gente repensa as relações de trabalho”, comenta Robledo, um dos responsáveis pela horta comunitária. Quando um novo projeto se associa a APAC ele recebe uma estrutura para poder se firmar até conseguir dividir os custos do espaço com os demais projetos que já estão em andamento. É nesse esquema que a Associação abriga atualmente a oficina mecânica do Seu Paulo, o projeto Fuxico (que trabalha com costura em retalhos), a OPMAC (campo, escrito de trás pra frente, que produz equipamentos rurais), a Singeral (produtora de circuitos eletrônicos) e a horta comunitária. Uma iniciativa em parceria com estudantes da Universidade Rural que pretende incentivar a produção de hortas caseiras.
Fonte : http://www.overmundo.com.br/guia/associacao-de-produtores-autonomos-do-campo-e-da-cidade-apac
No dia 01 de maio a APAC completa 24 anos. Uma história de luta e sucesso da Economia Solidária.
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