Educação : Disciplina : Uso de Celular em Sala de Aula : Capitalismo x Construção do Caráter
O capitalismo tem na sua essência o constante lançamento de novos produtos. Por vezes são lançados os mesmos produtos disfarçados de novos, pois a empresa ainda não teve tempo de inventar criativamente um verdadeiro novo produto. Nem quero agora chegar a alguma conclusão se isso é bom ou ruim, mas apenas estou constatando que é assim.
Nessa busca de inovar todos os atores da sociedade são envolvidos. Em cada tipo de criação humana percebe-se uma frenética ânsia por encontrar uma nova maneira, um novo jeito, de realizar o trabalho.
No ramo da educação cresce no Brasil o entendimento que os professores precisam se adequar às novas tecnologias, pois elas são atrativas aos alunos. Profissionais da educação , como pedagogos, repetem que o professor precisa inovar, que se transforme numa espécie de artista, faça de sua aula um espetáculo, e assim conquistar o interesse dos alunos.
Esse tipo de raciocínio não é novo. Não é exclusivo desses tempos de agora, mas tem maior ênfase atualmente, pois a tecnologia eletrônica entrou no Brasil como um tsunami. A prosperidade brasileira se reflete nas mãos de milhões de alunos brasileiros com seus tablets e celulares super inovadores, e extremamente interessantes às crianças e jovens.
Na construção da educação é imprescindível a concentração. A educação é um agente disciplinador da energia humana construindo princípios e alicerces básicos.
A educação poderia abdicar do professor em sala de aula, se estivéssemos falando em pessoas com caráter, aptidões e habilidades já formados, em pessoas com a capacidade crítica e em plena condição de concentrarem-se naquilo que estão lendo. Para pessoas que almejam o objetivo da aprendizagem textos, ou vídeo-aula, transmitidos pela internet são um aliado para a construção do saber. .
Como podemos pensar que as crianças e os jovens podem deixar de lado a escrita e os fundamentos da matemática, para ficarem horas e horas e horas na internet em joguinhos e trocando conversas em outra língua ?
Para percebermos o absurdo de se achar que é tão importante acompanhar a velocidade da tecnologia, e portanto, os celulares e assemelhados devem ser incorporados à prática do ensino pelos professores, e devem ter seu uso permitido em sala de aula, basta fazer um raciocínio comparativo de décadas passadas, quando televisões foram colocadas para transmitirem programas em salas de aula. Isso não significou um enorme avanço para a educação, mas sim foi mais um capítulo da força do capitalismo para introduzir suas novas tecnologias em todos os setores da sociedade.
Enquanto estiverem tentando defender a óbvia vontade das crianças e jovens por novidades e modernidades, o principal continua em segundo plano : a leitura e a disciplina. Para a conquista de qualquer coisa é preciso ter disciplina. Até no caso de diretores de cinema, de atores, de músicos. Horas e horas de estudos, treinos, conferem o desenvolvimento de seus talentos e aptidões. As duas juntas é que irão construir um alicerce para o futuro, seja qual rumo a pessoa desejará seguir.
Observe se os programadores de joguinhos eletrônicos, os engenheiros eletrônicos e pesquisadores de laboratórios eletrônicos de grandes empresas não frequentaram anos anos as salas de aula, em que o líder era um professor que exigia disciplina.
Uma sociedade não pode abrir mão da formação de suas crianças e jovens. O Brasil precisa afirmar a importância de valores morais e da disciplina. Em qualquer sala de aula de um país que investe em educação existe a autoridade do professor inconteste em sala de aula, e o uso de aparelhos celulares pelos alunos em sala de aula é decidido pelo professor, caso entenda ser útil por vezes.
Foto do Newton Almeida, maio de 2010, na antiga FEEMA - São Cristóvão - Rio de Janeiro / RJ
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