terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Rio Alcântara : Rio Imboassú : São Gonçalo / RJ

      As grandes e médias cidades são mais poluídas, geralmente, do que as pequenas cidades ou pequenos núcleos urbanos, ou o meio rural. Isso porque nos grandes aglomerados humanos se concentra maior número de indústrias, veículos e pessoas, ocasionando o acúmulo de lixo, de resíduos, as emissões industriais, a poluição atmosférica e sonora, entre outros problemas. Nos grandes centros urbanos do Brasil temos o problema ambiental do lixo e do esgoto como um dos mais   comuns. O volume de lixo produzido por pessoa é enorme nas sociedades industrializadas. Um estudo do IBGE mostrou que, em média, cada morador de área urbana no Brasil produz cerca de 500 Kg de lixo  por ano, levando em conta o lixo domiciliar, o industrial, o lixo produzido em escritórios, restaurantes, hospitais, etc. 
       O Rio Imboassú atravessa uma região densamente urbanizada do estado  do Rio de Janeiro, da cidade de São Gonçalo, a segunda mais populosa do nosso estado, décima sexta mais populosa do país, com um pouco mais de 1 milhão de habitantes. São Gonçalo  foi das pioneiras na industrialização brasileira. No ano de 1860, São Gonçalo  possuía uns trinta engenhos de cana-de-açúcar, e até o século XX lá havia 12 portos  que exportavam produtos para o exterior.  Em 1925 a indústria metalúrgica se instalou em São Gonçalo, o grupo Hime. Seguiu-se o desenvolvimento urbano da região, surgindo as vilas operárias, e a cidade teve um crescimento vertiginoso a partir da Segunda Guerra Mundial. 
      Para que o crescimento das cidades ocorra as áreas florestadas são retiradas e isso altera o regime hídrico dos rios, pois impermeabiliza o solo, impedindo a infiltração das águas da chuva para o lençol freático e fazendo com que a velocidade e o volume das águas superficiais aumente muito, e dessa forma contribuindo para as enchentes dos rios. As árvores captam as gotas de chuva e as conduzem pelas suas folhas, para seus troncos e por fim para o subterrâneo do solo, e sem elas, a água não mais se infiltra, e a recarga subterrânea dos rios fica comprometida. Também, sem as florestas, as nascentes são extintas e novamente a vazão dos rios diminui. Em chuvas fortes as águas correm velozmente para os rios, conduzindo sedimentos, areia, e toda a sorte de lixo lançado ao ambiente, com isso, os rios são assoreados. A falta de matas ciliares facilita o assoreamento dos rios. 
       As fotos abaixo foram tiradas por mim (Newton Almeida) no final de janeiro de 2012, e mostram o Rio    Imboassú na vazão normal, no baixo curso, a uns 8 quilômetros do seu ponto de deságue na Baía de Guanabara. Dizem que o Imboassú nasce no Distrito de Sete Pontes, entre os morros do Mineiro e Vista Alegre. Podemos ver nas fotos o acúmulo  de lixo nas margens e obstruindo o fluxo do rio, ao fundo.  Eu parei na ponte da BR 101, ao lado da placa indicativa Rio Alcântara. Esse rio das fotos é o Imboassú, que corre por alguma distância em paralelo ao Alcântara, mas é comum confundirem os dois rios. O Rio Alcântara nasce na Serra Grande na divisa de Niterói e São Gonçalo, passa pelo Bairro Colubandê, por Alcântara e se aproxima bastante do Imboassú (das fotos abaixo). O acúmulo de lixo nesses rios costuma ser muito maior, do que o desse momento retratado. 




        A política nacional dos recursos hídricos, lei 9433 / 97, foi promulgada como a grande solução para a despoluição, salvação, dos rios no Brasil. A lei estadual 3239/99 instituiu a política de recursos hídricos do estado do Rio de Janeiro, regulamentando a lei federal. Uma lei bastante burocrática, que para explicá-la é preciso uma meia hora (com seu comitê de bacia hidrográfica, plano de bacia, usuários dos recursos hídricos, etc....), e que passados uns  15 anos ainda não surtiu nenhum efeito prático ao sofrido Rio Imboassú. O comitê de bacia hidrográfica da Baía de Guanabara se reúne mensalmente e nenhuma ação concreta avança. Ninguém limpa rio algum, e os sistemas de coleta e varrição das cidades não impedem que toneladas e toneladas de lixo sejam despejados nos mais de cinquenta rios que desaguam na Baía de Guanabara. 
    E você leitor(a) amigo(a) conhece o Rio Imboassú ? Conhece o Rio Alcântara ?  Deixe um comentário ! Faça desse blog seu espaço de participação para um mundo melhor. Deixe um comentário !   

1 Comentários:

Às 18 de janeiro de 2013 às 16:58 , Anonymous Anonymous disse...

Gostei. Sou uma simples moradora de São Gonçalo e há tempos queria entender a foz dos rios Imboassu e Alcântara. Já vi muita informação confusa sobre ambos.

 

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